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Manifesto da manifesta nas letras dos 300


O livro O homem algodão: uma etno-história Nambiquara me ensinou sobre alguns caminhos do pajé em direção às alturas, até chegar na figueira sagrada, suspensa no céu, morada do deus supremo Nambiquara, aquele que tudo sabe, que tudo vê.


O livro sobre o homem algodão me apresentou a tantas pessoas... Caio Augusto Ribeiro me chegou pelas mãos de Marília Beatriz que, encantada com o homem algodão, sonhou em transformá-lo em peça teatral.


Agora, por suas mãos, Manifesto da Manifesta veio a mim em Letras dos 300. No dia seguinte, o devorei como em um ritual de antropofagia Tupinambá do século XVI descrito pelo alemão Hans Staden que, por pouco não foi parar no caldeirão; ou como no ritual de antropofagia do “Grupo dos 5” que devorou os “ismos” europeus.


Saciada, depois de fazer a digestão do banquete Manifesto da Manifesta, tive vontade de destacar a página onde em letras vermelhas sobre o branco se lê:



(De ímpeto, quis arrancar essa página, como autorizou o próprio Caio. Mas, não tenho formação para fazer isso, infelizmente. Pensei em fixar a imagem no espelho do banheiro de minha casa, onde me deparo todas as manhãs. E quase como Vitangelo Moscarda, incomodado com seu nariz torto e pendente para a direita, examino o meu, a constatar as narinas de tamanhos diferentes e ser “um, nenhum, cem mil” em um único corpo).


Voltando ao assunto sobre minha página preferida em Manifesto da Manifesta, encanto-me especialmente com o jogo das palavras para conceituar a palavra Palavra. Ainda não havia experimentado (degustado, já que estou em um banquete) a Palavra dessa forma: “A Palavra nem sequer pertence a um idioma, mas tem língua. É na língua que se pode encontrar a Palavra. É no beijo que se fala o que se que dizer.”


Para além dos cinco atos de Manifesto da Manifesta, o livro também me ensinará a emancipar-me do livro-posse, do livro-preciosidade, transformando-o em livro-mundo, livro para o mundo. Isso porque o “Manifesto da Manifesta não cabe num livro”, como decide Caio. Do livro-objeto ao livro-livre, escutemos “a musicalidade mínima que permeia cada verso” do “poeta do jogo e do voo”, como nos instiga Marília.

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