Após dois anos de portas fechadas, Museu de Arte Sacra de Mato Grosso reabriu nesta 5ª
Um dos mais importantes museus do Estado reabriu suas portas à visitação com duas novas alas da exposição permanente
O Museu de Arte Sacra de Mato Grosso (MASMT) está de volta! Nesta quinta-feira (07), uma cerimônia especial marcou a reabertura e o início de um novo ciclo do Museu. Na ocasião, um concerto do Coro Arquidiocesano de Cuiabá, sob regência de André Vilani se apresentou ao publico presente.
Localizado ao lado da Igreja Nossa Senhora do Bom Despacho, ocupa o primeiro andar do prédio do Seminário Nossa Senhora da Conceição, no alto do Morro Bom Despacho, o MASMT é um dos patrimônios históricos e culturais dos mais importantes de Mato Grosso. Afinal, boa parte dos bens culturais religioso do passado dos séculos XVII, XVIII e XIX, encontram-se salvaguardados no museu que reabre ao público após dois anos fechado.
Imagens, oratórios, crucifixos, objetos litúrgicos, documentos, fotografias, itens do mobiliário e objetos que pertenceram a Dom Aquino Corrêa, além de peças da antiga Catedral implodida a dinamite em 1968 – Igreja do Senhor Bom Jesus de Cuiabá – bem como parte de seus retábulos, integram o acervo.
Com o pensamento modernizante vigente na década de 1960, tomou-se a decisão de demoli-la, ato que por vários anos foi lembrado e lamentado. Seu antigo relógio, que ficava na fachada da antiga igreja, a exemplo, da marca Vitaliano Michelini – empresa dedicava à fabricação de relógios mecânicos para torres de igrejas e outras fachadas, desde 1908 – é uma das peças em exposição no MASMT, bem como a cruz de ferro forjado que ficava sobre o relógio.
Com revitalização do espaço em curso, este que é um dos equipamentos culturais da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer, passou por algumas readequações para acessibilidade interna, colocação de rampas e banheiro acessíveis e, em breve, novas adequações das alas do Museu dedicadas a exposições permanentes acessíveis com áudios guia e outras novidades.
“Estamos sempre atentos à modernização das exposições. Atrelado a isso, nos preocupamos muito com a acessibilidade do público. Assim, já estamos planejando e dialogando com instituições ligadas a pessoas com necessidades especiais para que possam nos ajudar a pensar como expor de forma a contemplar pessoas com deficiência auditiva, visual, cadeirantes e mobilidade reduzida, visando sempre atender todos os públicos e alcançar a maior diversidade possível, além é claro de patrocinadores, benfeitores e voluntários que possam ajudar a viabilizar essas ações ”, revela Viviene Lozi, diretora do MASMT.
Novas alas
Uma das novas alas da exposição permanente é dedicada aos instrumentos musicais que trilharam as orações dos fiéis que frequentavam a antiga Catedral. Um piano Gustav Breyer Hamburg e um órgão com pedaleira, de marca Rodgers, estão entre as novidades.
A outra nova ala da exposição permanente, talvez a mais aguardada, é a sala dos retábulos. Trata-se de dois retábulos dos séculos XVIII e XIX, com 8 metros de altura, remanescentes da igreja implodida, um neoclássico e um barroco rococó, montados um de frete para o outros, exatamente como estavam organizados originalmente na Igreja do Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Além dos retábulos, a mesa do altar, do retábulo neoclássico, montada com crucifixos e tocheiros utilizados à época compõem o salão de exposição.
O acervo do MASMT conta ainda com outros dois retábulos barrocos, somando quatro ao todo, já montados. Porém, esses outros dois só estarão expostos ao público em abril, quando Cuiabá completará 300 ano. “Para esses outros dois retábulos, ainda será necessária uma iluminação, expografia e sinalizações adequada para que possamos, definitivamente, abrir para visitação”, explica Viviene.
“O Museu de Arte Sacra de Mato Grosso é uma conquista da sociedade, patrimônio de todos nós cuiabanos, mato-grossense e brasileiros. São peças permeadas pela beleza e riqueza de detalhes, um acervo que interessa ao Brasil proteger, que possui tombamento em nível federal do IPHAN, no caso dos retábulos, tem o reconhecimento da sociedade enquanto patrimônio cultural, ou seja, somos guardiões de um patrimônio de todos os brasileiros”, comemora Viviene Lozi.
Com a intervenção do museu, algumas peças expostas passaram por um processo de restauração, higienização e recuperação que garante sua exposição ao público em um espaço especialmente preparado para acomodá-las. Todo o projeto foi desenvolvido em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura e o Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN) em Mato Grosso e ainda, com apoio financeiro do Ministério da Justiça via fundo de Direito Difuso, viabilizado pela Ação Cultural – Associação dos Produtores Culturais de MT.
“Imagens de santos, altares, retábulos montados se destacam entre as obras do acervo do Museu de Arte Sacra de Mato Grosso, afinal, a apreciação desses constata o forte vínculo do povo mato-grossense com a religiosidade e convida o visitante a uma incursão pela história da arte sacra. As peças salvaguardadas pelo MASMT são um legado para as gerações futuras. No caso dos retábulos, foram reconstituídas peças que desde 1980 estavam deixadas de lado e que por conta da ação do tempo, já se encontravam em estado de deterioração”, revela Allan Kardec, secretário Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso.
A cerimônia de reabertura do Museu de Arte Sacra de Mato Grosso contou com a presença do governador Mauro Mendes e do secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Allan Kardec entre outras inumera autoridades .