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RUAS DE CUIABÁ: AVENIDA DOM AQUINO – POR QUE?

“.......... Porque foi cuiabano devotado à sua terra e sua gente. Mato-grossense, muito caridoso, além do seu valor intelectual e religioso”.

Nestas informações, baseamo-nos na obra “Dicionário Biográfico Mato-Grossense” de Rubens de Mendonça; no livro ” Dom Aquino Corrêa, Arcebispo de Cuiabá”, de autoria do Pe. Pedro Cometti; na crônica ” Cinquentenário de Dom Aquino”, referente ao seu falecimento em 22/03/1956 (crônica de (2006), escrita pelo Prof. Benedito Pedro Dorilêo. E mais: na nossa convivência com o Arcebispo que morava no Seminário da Conceição, em frente a Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá e a nossa família residia na Avenida General Mello, esquina com a referida Santa Casa.

Vejamos a contribuição de Dom Aquino em estudar, trabalhar e apostolado:


02/04/1885 – Nasce em Cuiabá/mt, Francisco Tomás de Aquino Corrêa, filho de Antônio Tomás de Aquino Corrêa e dona Maria D´Aleluia Gaudie Ley de Aquino Corrêa.


04/11/1902 – Com 17 anos de idade, entrou para o Noviciado dos Padres Salesianos de Dom Bosco, no Coxipó da Ponte, subúrbio de Cuiabá, na época.


19/03/1903 – Após 4 (quatro) meses tornou-se clérigo, quando recebeu as ordens sacras da igreja católica e iniciou o curso de Filosofia.


02/-7/1904 – Viajou para a Europa, precisamente para Roma/Itália; inscreveu-se, simultaneamente, na Academia de São Tomás de Aquino e na Universidade Gregoriana de Roma; diplomou-se após 3 (três) e 4 (quatro) anos, relativo a cada curso em particular.


01/10/1904 – Fez os votos trienais, em FOLGLIZZO (Turim);


17/05/1907 – Colou grau em Filosofia.


01/10/1907 – Fez os votos perpétuos em Gensano ( Roma), segundo as constituições da Sociedade São Francisco de Sales.


17/10/1908 – Doutorou-se em Teologia, aos 23 (vinte e três) anos.


17/01/1909 – Em Roma recebeu as ordens menores e maiores, ordenou-se como Padre.


18/01/1909 – Data da sua primeira missa, no dia seguinte ao da ordenação, na Basília de São Pedro sobre o túmulo do Príncipe dos apóstolos (São Pedro).


02/04/1914 – Eleito Bispo titular de Prusíade e auxiliar de Dom Carlos Luis D´Amour, Arcebispo de Cuiabá MT. A Nomeação de Dom Aquino pelo santo Padre Pio x- coincidiu com a data do seu aniversário, quando completava 29 ( vinte e nove) anos de idade.


1911/1914 – Dirigiu o Liceu Salesiano São Gonçalo (Colégio dos Padres), antes de se tornar bispo.


01/01/1915_ Sagrado Bispo na Catedral Metropolitana de Cuiabá/mtv data em que se festeja o Senhor Bom Jesus de Cuiabá) sendo, então o Bispo mais novoo do mundo! 29 anos! Impuseram-lhe as mãos, conferindo-lhe a plenitude do Sacerdócio; Dom Carlos Luis D´Amour, Arcebispo de Cuiabá/mt; Dom Antônio Malan, Bispo titular de Amiso e prelado de registro do Araguaia. Nessa ocasião de recebimento do báculo-símbolo da sua autoridade religiosa-, abrevia o nome, suprimindo o Tomás, consentido por lei eclesiástica; e nome designa a antítese, portanto, Francisco.


01/01/917 – Indicado pelo Presidente da República Venceslau Brás Pereira Gomes, com a concordância dos partidos políticos Republicanos e conservador, que decidiram candidato único ao Governo do Estado, a escolha recaiu no nome de Francisco de Aquino Corrêa, aos 32 (trinta e dois) anos, com a responsabilidade de pacificar as políticas mato-grossenses, seria o candidato de reconciliação.


22/01/1918 – Tomou posse como Governador do Estado de Mato Gresso e cumpriu seu mandato de 4 anos (1918-1922, Como mensageiro da PAZ, Definiu os limítes entre Mato Grosso e Goiás, fazendo brilhante defesa dos direitos Mato-Grossense. São do seu Governo, as criações do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso e a Academia Mato-Grossense de Letra.

Considerando a péssima condição financeira em que o Estado atravessava, conseguiu vários melhoramentos; transformou sua residência em verdadeiro hospital, por ocasião da gripe” espanhola” socorrendo aos doentes, de toda religião e classe social.


25/10/1999 – Foi-lhe conferido o título de Assistente ai Sólio (cadeira pontifícia) pontifício, com honras, privilegiadas e direitos de conde palatino, por breve de sua santidade Bento XV.


09/071921 – Falece o Arcebispo de Cuiabá, Dom Carlos Luis D`Amour, quando o bispo Dom Francisco de Aquino Corrêa se achava na presidência do Estado de Mato Grosso.


16/04/1922 – Tomou posse, solenemente, da Arquidiocese.


26/08/1922 – Promovido a Arcebispo Metropolitano, pelo mesmo Papa Bento XV; transferido da sede titular de Prusíade para a residência de Cuiabá.


08/10/1922 – Recebeu o pálio arquiepiscopal no Santuário do Coração de Jesus, em São Paulo, das mãos do Arcebispo Dom Duarte Leopoldo e Silva.

O Arcebispo Dom Francisco de Aquino Corrêa foi associado e Presidente efetivo do Intituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso. Associado da Academia Mato-Grossense de Letras e seu Presidente de honra, ocupando a cadeira n.4, que tem como Patrono o Padre José Manuel de Siqueira. Foi sócio honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.


09/12/1926 – Eleito membro da Academia brasileira de letras.


30/11/1927 -Posse na ABL, no Rio de janeiro, então, capital Federal, cadeira34.


1938 – Em Genebra/ Suíça, por designação do Presidente da República Getúlio Dornelles Vargas, chefiou a delegação do Brasil, na VII conferência da Instrução Pública (realizada no período 18 a 22 de julho), onde participaram 42 nações. Foi eleito o 1 vice-presidente, chegando a assumir a presidência da conferência Internacional. Preparou seu minucioso relatório sobre os cursos secundários e profissional e sobre a retribuição do professorado. esse relatório foi muito elogiado pela imprensa local e, no Brasil, foi publicado pela Imprensa Nacional, em forma de folheto.



PUBLICAÇÕES


Mensagens presidenciais/ cartas Pastorais, 20(vinte), em dois grossos volumes/ A Fronteira de mato Grosso- Goiás (memória sobre limites entre dois estados),/ ODES (poesias), dois volumes /Uma Flor do clero Cuiabano/ “Nova et Vetera” ( poesias)/ “Florilegium as ceticum”.


E considerado o patrono dos poetas Mato-grossense e um dos maiores oradores do Brasil.


Na administração do Governador de Mato Grosso, engenheiro José Garcia Neto, suas publicações foram reeditadas, cujo trabalho foi coordenado pelo Academia Corsíndio Monteiro da Silva, que ocupou a cadeira N10 (dez), da Academia mato-grossense de letras.


Destaque:


O casal Maria Lígia/Garcia Neto sempre distinguiu o Arcebispo Dom Aquino:

– Como celebrante do casamento dos nubentes

– Republicação das suas obras;

– Criação do Centro de Reabilitação Dom Aquino Corrêa, obra da primeira dama Maria Lígia.


Por todo seu trabalho, a favor do Estado e do seu apostolado religioso, o nome de Dom Aquino está eternizado: no Brazão D`Aramas de letras do hino de Mato Grosso, oficializado pelo Decreto 208, de 05/12/1983, pelo governador Estado, Júlio josé de Campos.


08/12/1955- Data em que ordenou o último sacerdote, Firmo Pinto Duarte, na Catedral Metropolitana de Cuiabá.


22/03/1956- Dom Aquino faleceu em São Paulo e seus restos mortais acham-se na cripta da Catedral Basílica do Senhor Bom jesus de Cuiabá. O corpo foi embalsamado, revestido de seus paramentos rituais e segui para Cuiabá em avião cedido pelo Governador do Estado de São Paulo, o Mato-Grossense Dr. Jânio Quadros. A triste notícias da sua morte foi anunciada pelos meios de comunicação a todo o território nacional! Luto para a congregação salesiana, para o Brasil, para Mato Grosso e principalmente, para Cuiabá, que perdeu seu dileto filho.

Conforme escrevi no início deste trabalho, conheci o Arcebispo Dom aquino desde criança, ele non seminário da Conceição e eu na Av, General Mello, esquina com a Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá.


No período 1940/1943, quando fiz o curso primário, de folga aos domingos ia com irmãs e amigos colher frutos dos cajazeiros que, em número de três_ descendo do seminário- dava-nos sombra e fartura.


Saía de casa- “pés descalços e braços nus”- com uma lata de 2 litro, com água, e ia jogando os cajás na lata d´água para higienizá-los. Feito isso, a turma seguia para as escadarias do seminário, a fim de degustar a fruta amarela.


Quando Dom Aquino ouvia o alarido da criançada, saía á janela e nós, na inocência da idade, perguntávamos:

Dom Aquino, quer chupar cajá?

Ele nos encantava com suas lindas vestes sacerdotais, um príncipe para nossos olhos infantis, e na meiguice do seu meio sorriso, apertava as mãos em sinal de agradecimento.

Nada sabíamos sobre a grandeza, a não ser trata-se de um Arcebispo amável, que dignamente paramentado, anel de pescador dos almas e corrente de ouro com insígnia da cruz.

Na época das mangas, Dom Aquino- escutando nossas algazarras, mandava o mestre Viriato distribuir à criançada, as saborosas frutas da mangueira, em abundância no Seminário.

Em outra ocasião, Dom Aquino, sentindo nossa presença, convidou-nos para subir até sua sala e nos ofertou medalhas de santo, Para Antônio Maciel da Silva, deu-lhe senhor Divino, porque seui pai era Alberto Divino da Silva. Ele conhecia nossa origem de família.


Na preparação da Páscoa, o nosso arcebispo instruía a população sobre a ressurreição de Cristo, na igreja do Dom Despacho, fazendo distintas pregações ás crianças, aos jovens, ás senhoras, aos senhores e, finalmente, aos militares. No dia da comunhão pascoa, após a missa, servia-se o chá com bolo no seminário, distribuía-se santinho com mensagem sobre a celebração. Era uma festa!


Ao término do segundo grau, na escola Técnica de comércio de Cuiabá, escolhemos a Santa Guilhermina de Figueiredo, nossa professora de literatura, para paraninfa ou madrinha dos formandos. Ela, católica praticante, convidou Dom Aquino para celebrar a missa em ação de graças. No seu belíssimo sermão, o Arcebispo nos incentivou a estudar sempre- dentro e fora da sala de aula; disse mais: nos divers rumos da vida, fôssemos como palmeira que se destaca junto ás demais árvores, em estatura a retidão finalmente benzeu os anéis dos formandos, com símbolo da contabilidade.


Fica a lembrança de uma figura que ostentava altura, elegância nas suas vestes sacerdotais, apostolo profícuo e que não se excedia em nada! Até sua alegria era demostrada com meio- sorriso…


(*) Nilza Queiróz Freire

Membro do Instituto histórico e geográfico de Mato Grosso

Da Academia Mato-grossense de Letras – Cadeira 14

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